O Ibovespa (IBOV) atinge patamar histórico após decisões dos bancos centrais
No pregão desta quinta-feira (14), o Ibovespa (IBOV) disparou e renovou suas máximas, atingindo um patamar histórico. Essa alta foi impulsionada pelas decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos em relação à taxa básica de juros. Às 10h16, o índice bateu os 131.259 pontos na sessão regular da B3, superando o recorde anterior de 131.190 pontos, registrado no dia 07 de junho de 2021.
No dia anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um corte de 0,50 pontos percentuais na taxa básica de juros, chegando a 11,75%. Já nos Estados Unidos, o Fomc decidiu manter inalterada a taxa de juros.
Essas decisões dos bancos centrais animaram os investidores, destacando-se a renda variável como uma opção atrativa para o mercado, que está mais propenso a tomar riscos. No entanto, surge a dúvida sobre como fica a renda fixa nessa história. Para esclarecer esse ponto, conversamos com especialistas para entender melhor as perspectivas para essa classe de investimentos.
Quais são as perspectivas para a renda fixa em 2024?
A renda fixa chamou atenção nos últimos anos devido aos altos patamares alcançados pela taxa Selic. Em junho de 2020, a taxa estava em 2% ao ano e em agosto de 2022 chegou a 13,75%, valor que se manteve até agosto deste ano. Para 2024, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já expressou o interesse do Copom em continuar com a política de afrouxamento monetário, realizando mais cortes na taxa.
Com a concretização da queda dos juros, alguns impactos podem ser observados na renda fixa, de acordo com Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital. É possível que os títulos prefixados rendam acima do CDI, caso os juros caiam mais do que o previsto pelos agentes. Fonseca também alerta para uma possível fuga de capital da renda fixa atrelada ao CDI, uma vez que a rentabilidade ficará cada vez menor e os ativos de risco tendem a se valorizar.
O economista ressalta que a renda fixa pode ser de baixo ou alto risco, conforme observado em 2023. Ele acredita que os investidores estarão mais dispostos a assumir riscos, inclusive na renda fixa. É importante destacar que o fim do ciclo de aperto monetário no Brasil e em países desenvolvidos trará maior facilidade para investir em 2024, proporcionando maior liquidez aos mercados.
Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, acredita que, mesmo com a Selic em 7%, a renda fixa ainda valerá a pena se a inflação também cair. No entanto, ele menciona a necessidade de diversificar os investimentos, uma vez que a bolsa de valores e os fundos imobiliários tendem a se valorizar com a queda dos juros.
Qual investimento ficar de olho para 2024?
Kaique Fonseca recomenda que os investidores se atentem aos ativos de crédito prefixados, com vencimento entre 3 e 5 anos, porém avaliando cuidadosamente o risco da empresa emissora. Dessa forma, é possível contratar uma taxa excelente e obter o rendimento esperado, sem correr o risco de falência ou pedido de recuperação judicial da companhia.
Outra opção mencionada por Fonseca são os títulos indexados à inflação, que oferecem bons rendimentos reais e protegem o investidor da inflação, um dos principais vilões da economia. Por outro lado, Ricardo Jorge, especialista em renda fixa da Quatzed, destaca as debêntures incentivadas e os títulos LCI/LCA como as melhores escolhas. Ele ressalta a importância de escolher bem o emissor e não ultrapassar o limite do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para garantir baixo risco e maior rentabilidade.
Por outro lado, Fonseca aponta que os títulos públicos pós-fixados serão menos vantajosos no próximo ano. Apesar de terem sido os grandes vencedores nos últimos dois anos devido aos juros altos, a expectativa é que com a queda dos juros eles rendam cada vez menos. Já Ricardo Jorge considera que os ativos prefixados serão os menos atrativos em 2024, uma vez que a Selic está em declínio e não há expectativa de novas altas.
Redes sociais