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Cerca de 11 mil filhotes de tartaruga nascem nas praias do sul da Bahia
No período reprodutivo entre setembro de 2022 e abril deste ano, aproximadamente 11 mil filhotes de tartaruga nasceram nas praias do sul da Bahia. Esses dados foram registrados pelo Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel, empresa responsável pelo acompanhamento de 35 km das praias da região. Durante esse período, foram registradas 222 ocorrências reprodutivas.
A estimativa de filhotes nascidos nesta temporada é menor em comparação com a temporada anterior. Entre 2021 e 2022, foram contabilizados cerca de 14 mil nascimentos na região. No entanto, essa diferença é considerada dentro da expectativa para o período reprodutivo.
Os filhotes registrados nesta temporada pertencem a três espécies de tartaruga marinha: cabeçuda, oliva e verde. A maioria dos filhotes é da espécie tartaruga-cabeçuda, seguido das olivas. Ambas as espécies estão na lista nacional de espécies ameaçadas de extinção.
Principais áreas de desovas no Brasil
De acordo com Juliede Nonato Neves, veterinária responsável pela operação do Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas da Veracel Celulose, as principais áreas de desovas no Brasil estão nos estados do Nordeste e no norte do Espírito Santo. No sul da Bahia, as fêmeas de tartaruga procuram praias desertas, com faixa de areia ampla, sem iluminação artificial e veículos para realizar a desova. Normalmente, elas aguardam o anoitecer para colocar os ovos.
As tartarugas marinhas são animais ectotérmicos, o que significa que sua temperatura corporal varia conforme a temperatura ambiente. Por isso, a exposição prolongada ao sol e ao calor da areia pode prejudicar a saúde desses animais. Além disso, a escuridão da noite as protegem de diversos perigos.
Os ovos são colocados no solo e, normalmente, os filhotes também nascem durante a noite, devido ao resfriamento da areia. Durante esse período, as chances de serem atacados por predadores são menores. Eventualmente, em dias nublados ou chuvosos, pode ocorrer o nascimento durante o dia. Os filhotes se orientam pela luminosidade do horizonte para chegar ao mar.
Monitoramento das praias e transferência de ninhos
O programa de monitoramento da Veracel segue as diretrizes do Centro TAMAR/ICMBio e é baseado no acompanhamento dos ninhos feitos pelas tartarugas. As fêmeas cavam ninhos na areia das praias da região e depositam os ovos. Os funcionários da empresa avaliam esses pontos e, se necessário, realizam a transferência dos ninhos para locais mais seguros para os filhotes.
Na temporada atual, 25 dos 164 ninhos precisaram ser transferidos. Segundo a veterinária Juliede Nonato, caso os banhistas encontrem as fêmeas durante a desova, não é indicado fazer qualquer tipo de aproximação, a fim de evitar interrupções no processo. Também não é recomendado fazer mudanças na localização dos ovos. Quando os filhotes estão nascendo, é importante permitir que eles se desloquem sozinhos até a água.
A Veracel também possui um Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas localizado no Terminal Marítimo de Belmonte, que oferece atendimento rápido e especializado para tartarugas feridas. Além disso, o centro também é responsável por diagnosticar as causas de morte desses animais. Após o tratamento, as tartarugas são reintroduzidas no meio ambiente.
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