Empresas de práticos começam a cobrar "taxa de seca" para atracar navios cargueiros em rios do Amazonas
A forte estiagem que afeta o estado do Amazonas tem gerado uma série de problemas para o modal fluvial da região. Uma das questões recentes é a cobrança de uma "taxa de seca" por parte das empresas de práticos, responsáveis por ancorar os navios nos portos. A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) tem pedido ações regulatórias durante o período de vazante para evitar abusos.
O papel dos práticos na navegação fluvial
Os práticos são profissionais responsáveis por conduzir os navios nos rios, conhecendo a região e as particularidades de cada porto. Essa função é essencial, uma vez que os comandantes das embarcações não têm conhecimento detalhado de cada localidade. Dessa forma, os práticos oferecem um serviço de ancoragem seguro e eficiente.
Normalmente, as empresas de práticos cobram uma média de R$ 70 mil por embarcação quando as condições de navegação são normais. No entanto, devido à estiagem severa que atinge o Amazonas, esse valor subiu consideravelmente. Segundo o especialista em comércio Mário Pierre, algumas empresas estão exigindo até R$ 800 mil para efetuar a ancoragem.
Impactos no comércio e na economia
O aumento repentino e exorbitante das taxas de ancoragem tem preocupado a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas. Segundo a entidade, esses valores abusivos podem impactar no custo final dos produtos que serão comercializados, encarecendo o valor para o consumidor final.
Além disso, a Fieam destaca que a prática de preços abusivos pelos atores do sistema fluvial gera desequilíbrio econômico para os usuários das hidrovias. A federação encaminhou um ofício à Marinha do Brasil, solicitando providências para coibir essas práticas e garantir a segurança da navegação nos rios do Amazonas.
Pedidos da Fieam à Marinha do Brasil
No ofício encaminhado à Marinha, a Fieam solicita uma série de medidas para regular a atividade dos práticos no período de estiagem. Entre os pedidos, está o acompanhamento dos canais de navegação, a fiscalização das taxas cobradas e a garantia de segurança para a navegação nos rios do Amazonas.
A entidade ressalta a importância do modal fluvial para a economia da região amazônica, destacando a relevância do comércio e da produção industrial que dependem das hidrovias. Portanto, é fundamental que a regulamentação seja efetiva para evitar práticas abusivas e garantir condições adequadas de navegação.
Conclusão
A cobrança da "taxa de seca" pelas empresas de práticos durante a estiagem no Amazonas traz preocupações para a economia e para o consumidor final. O valor exorbitante cobrado pelas empresas pode encarecer os produtos comercializados, além de gerar desequilíbrio econômico para os usuários das hidrovias.
A Fieam tem pedido medidas regulatórias à Marinha do Brasil, a fim de coibir práticas abusivas e garantir a segurança da navegação nos rios do Amazonas. É essencial que sejam adotadas ações efetivas para promover o equilíbrio econômico e assegurar um modal fluvial regular e acessível a todos.
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